Tenho aqui alguns álbuns de 2015 pros quais senti vontade de traçar comentários. A intenção inicial era postar a lista no último dia do ano e tentar gerar um tantinho que fosse de interação. Como ultrapassei o prazo, a postagem fica pelo meu orgulho mesmo. Se for útil pra alguém, ótimo. Ah, a ordem e mesmo a escolha dos álbuns são um tanto irrelevantes. Se fosse para colocar realmente os meus “preferidos”, as escolhas mudariam – acontece que, ou eu não senti vontade de escrever sobre eles, ou senti que não tinha algo relevante a dizer.
à lista
Sandtimer – Vaporwave Is Dead
Desde que surgiu na internet por volta de 2010, o vaporwave foi espantosamente consumido e aderido. E embora sua proposta estética seja interessante, os artistas em si, não sei se por preguiça ou por não terem real consciência do que faz esse movimento ser pertinente (não é usar a voz do google translation e batidinhas já genéricas), estão soando extremamente descartáveis. Por esse motivo, Sandtimer foi uma surpresa agradável na minha playlist. O álbum vem como uma de espécie narrativa que tenta traçar a própria trajetória do vaporwave e a forma como ele reflete o ser humano. Ao longo do álbum, na realidade, eu tenho a impressão de que o vaporwave se apresenta de duas formas: primeiro, como um paciente num divã; em seguida, como um defunto numa autópsia – e nos dois casos, ele é um corpo diante da Verdade, do Criador, de Deus, e à mercê da sua (e da nossa) análise. Public Service Announcement, remontando sonoramente o cenário de uma guerra (ou melhor, uma intervenção militar) e anunciando repetidamente “Vaporwave must die”, é a faixa que faz a intermediação desses dois momentos. Não vou ficar me detendo em faixas específicas, porque é na autonomia da descoberta do ouvinte que parece residir a maior força desse trabalho. Por fim, é interessante perceber que nesse movimento de colocar o vaporwave sob o nosso olhar e decompô-lo com a intenção de compreender sua completude, o desfecho do álbum parece tentar destacar seu caráter incapturável (caráter que toda forma artística moderna deve assumir). No caso do vaporwave, recriando infinitamente articulações de imagens do passado e do presente nos seus projetos de um futuro apocalíptico, de destruição da vida, num mundo onde não há lugar para a esperança.
Banda UÓ – VENENO
Eu gosto dessa capacidade da Banda UÓ de abordar com uma certa ironia assuntos extremamente populares e imediatamente modernos sem cair em instante algum num tipo de pretensão crítica social infantil, rasa e sem ponto, coisa que acontece aos montes nesses dias, não se enganem. Em VENENO, o segundo álbum da banda, eles deixam bastante do eletrobrega de lado, assumindo um som bem mais pop e com uma pegada de baladinhas românticas que só ouvindo pra crer. Eles brincam maravilhosamente bem tanto com hits super atuais, quanto com temas e “fenômenos” sociais o mais próximos possíveis de nós. Colocando de lado o caso óbvio de Dá1LIKE, Primeiro Encontro é um exemplo de música que lida com uma questão bastante em voga, do que se poderia ou não fazer num primeiro encontro – o posicionamento deles é óbvio, e deus, como eu adoro. Quando a Mel chega cantando os versos principais não tem como segurar o sorriso largo que deslancha no rosto. Outra música que chama atenção, Na Varanda, é adorável e bem sucedida em deixar a imagem de duas pessoas fazendo sexo apaixonadamente em qualquer lugar, inclusive enquanto passíveis de serem observadas, algo bonito e até delicado. O instrumental do álbum é muito inventivo e bem fechadinho dentro do gênero a que eles se propuseram. E no fim a porra é essa mesma, te deixar com um puta sorriso estampado na cara. Amém.
IAMX – Metanoia
O “canto rebelde” característico desse projeto do Chris Conor não é o tipo que comumente me atrai. Mas fui pego desprevenido pelo que se desenha nos rastros desse vocal intensíssimo (e em alguns instantes incrivelmente belo e apaixonado), em meio a uma dança conturbada e caótica do eletrônico dark. Soa forte aqui a representação de um grito de desespero diante do mundo moderno. É em Happiness – e principalmente no seu final – que eu encontro a síntese dessa imagem, os synths vindo sorumbáticos, aumentando a frequência, como que insaciáveis, e pelo fundo deles, perdido, lutando, o canto de chamamento pela felicidade vem se abrasando naqueles falsetes tão expressivos. No entanto, a composição sonora é a parte mais elogiável e interessante no álbum. O trabalho lírico é pouco soberbo e isso se torna transparente nos momentos em que o instrumental não é tão poderoso. Em The Background Noise, por exemplo, a posição dele acerca das “hipocrisias sociais” soa boba e inocente. Dos bons momentos, eu citaria North Star (X Edit) – o ponto máximo do álbum para mim -, que revela em si uma espécie de apelo pela carne, pelo contato, quase como uma apologia ao corpo em oposição a um mundo que parece dar importância a ele somente na aparência (ou somente enquanto satisfaz as necessidades do mercado).
Sayuko Nano – Kimi to Issho Nara Jigoku Demo Iiyo
Sayuko Nano é uma figura intrigante no meio de um incontável número de garotas vazias-repetitivas-mesmices produzidas pelo pop asiático mainstream (j-pop, k-pop e c-pop da vida). O vídeo-trailer desse seu álbum, postado no youtube (linkei aqui, é só clicar) já me chama a atenção e instala um abismo de perspectivas entre ela e aquelas que citei. Só aquele take inicial em que se arrasta entre a expressão dela de absoluto desinteresse e o ato de maquiar, geralmente impregnado por um aparato ideal de fetichização etc., já cria um paradoxozinho. É interessante como ela evoca o cute e o destrói ao mesmo tempo. Talvez seja o que chamariam de anti-idol, à lá Jun Togawa da vida (comparação esdrúxula, pra ser sincero, mas vá que é a referência que tenho por hora). A música dela – completamente self produced – se baseia principalmente no eletrônico, com uma influência forte do hip-hop; a voz é uma graça, sem vícios técnicos nem o miado costumeiro que se vê nesse cenário. Como acabei lendo por aí, sua música soa como o ponto perfeito entre Daoko e Seiko Oomori. Quem conhece um pouco de música asiática atual pode tirar um parâmetro daí. Infelizmente não encontrei as letras e não me movo confortavelmente sem elas, então ouso vir só até aqui com os meus comentários. Mas ela é definitivamente uma cantora em quem pretendo manter um olho atento no futuro.
Grimes – Art Angels
Aquém das percepções dos adoradores da “fase mainstream” e das tais “viúvas do Halfaxa“, esse álbum é um passo interessante na discografia da Grimes e cada vez que o ouço sinto mais simpatia por ele. Art Angels claramente assume com menos problematizações as estruturas do pop, mas Claire demonstra ter uma consciência tão límpida do que está fazendo que, por mais “easy listening” que possa soar, não deixa de ser um clever pop. A maestria ao brincar com os samples da sua voz está intacta e soa bonita em vários momentos, embora aqui não esteja tão forte aquela capacidade dos seus antigos trabalhos de criar uma dimensão que confunde o onírico e o digital utilizando-se de uma percepção do infantil (e do kawaii) que se reveza entre o delicado e o agressivo. Mais modestos, mas bem perceptíveis se ouvido com alguma atenção, sua conhecida psicodelia e interferências sonoras aparecem às vezes abruptamente nas músicas, dando uma sensaçãozinha suave de perplexidade. Não é meu preferido, mas definitivamente um ótimo registro.
LA Priest – Inji
Está aqui o debut de um completo desconhecido que me surpreendeu na minha jornada de “lista do ano”. Sam Dust é o cara por trás desse projeto, embora não seja a primeira vez dele na música – até 2010 ele era membro da banda (também desconhecida por mim) Late of the Pier. Então depois de praticamente cinco anos desaparecido do mundo da música, ele chega com seu belo projeto solo, LA Priest. Talvez seja a vibe carregada de uma pegada funk, não sei ao certo, mas é extremamente intrigante sentir como o álbum, que parece ser encabeçado pelo pop eletrônico, dispõe dele ao mesmo tempo como gênero centralizador e catalisador. Há uma enorme variação de elementos absorvidos com uma fluidez fascinante – às vezes soa um jam meio jazzístico, outras corre uma veia forte de um rock psicodélico que me lembra algumas coisas daquele selo Italians Do It Better, tem o eletrônico misterioso e tenso à lá Chromatics, algo do Prince, etc. Tudo condensado, é um som bem charmoso, para dizer o mínimo.
Hamada Maron – Seijuku no Marble
Eu me perdi nessa meada em que o jazz passou a apresentar performances muito mais interessantes no Japão do que nos EUA. Comparar, por exemplo, o Cheek to Cheek da Lady Gaga (mas tem milhares de outras cantoras com essa pegada de jazz mais tradicional que eu poderia citar) com o que a Hamada faz em Seijuku no Marble chega a ser sem sentido. Por mais que não ofereça nada de estritamente novo, nem estruturalmente nem no que toca nas temáticas, a animosidade e variedade sonora é incrível. A voz da cantora, de potencia surpreendente e com um timbre grave, um tanto rouco, mas que nunca me permite associar a outro cantor, se ergue aqui numa performance cambiante entre uma ferocidade e uma sensualidade poderosas. Eu tenho uma queda pela sexta faixa do álbum, ゆらゆら妄想ベッド, uma música que tende mais ao rock, em que a fusão do canto dela com a melodia ganha alguma coisa de especialmente cativante. É um registo esplendoroso.
Boogarins – Manual
O trunfo psicodélico do meu ano. Em todos os comentários que leio a respeito da banda, parece haver um complexo de enquadrá-los naquele tipo de grupo de camaradas que se encontram num bosque pra fumar muita erva, etc., e embora eu não ache que se precise necessariamente desvincular essas imagens, me arrisco a dizer que essa visão incorre numa perspectiva de ideias viciosas e fracas no que concerne ao material a ser ouvido em si. As letras se inscrevem sim naquele estilo abstrato à lá marijuana da mpb, mas dizer que só se entende estando drogado é reducionista e empobrecido. Em Avalanche, por exemplo, a cadeia de imagens construídas posicionam claramente o corpo como potência máxima para gerar sensibilidades que rompam o efeito anestésico instalado pelo progresso urbano. Mario de Andrade/Selvagem, outra música que me chama atenção, é uma monstruosidade sonora. Eu sinceramente sinto que não tenho repertório para dizer se eles resgatam o movimento antropofágico, mas há alguma coisa de muito absurda na composição sonora aqui que me deixa absorto.
Itsue – Konya Zettai
É o shoegaze japonês, é sim!. Imbecilidades à parte, Itsue foi uma alegre descoberta pra mim e uma visão de nova possibilidade depois de Kinoko Teikoku – outra banda japonesa com essa tendencia ao shoegaze cujos dois primeiros discos são preciosidades das minhas playlists -, que lançou em 2015 o álbum mais desinteressante deles. A primeira música de Konya Zettai, エピソード, já soa com vigor nos meus ouvidos – é uma faixa-presságio, que se arma como um quadro de recortes do álbum – sussurros, vocais intensos, indagações?, rangidos, suavidades, interferências, tudo aparece e desaparece num fremir que flerta com uma estética do caos, mas nunca cedendo realmente a ele. O resto do álbum discorre basicamente sobre guitarras e batidas serenas, muito raramente se esbarrando em algo mais agressivo. Não é genial. Mas a vocalista é com certeza um trunfo (assim como no caso da outra banda citada); sou mesmo muito encantado por essa fusão do timbre feminino veludoso de orientação oriental com esse canto claro e intenso.
Chelsea Wolfe – Abyss
Em seu conjunto, no que concerne a música, os trabalhos da Wolfe talvez sejam para mim a maior representação do belo que se tensiona na tristeza (ou o inverso?). A sua estética gótica interage com a dor e a depressão de forma a fazê-las surgir em camadas, frangalhos, entrecruzando temáticas como morte e amor, solidão e incapacidade de fuga. Mas há sempre um tratamento do belo emergindo dessas imagens criadas por ela que muito me cativa. Em Abyss, como é exaustivamente lembrado, tem-se o registro mais pesado da cantora no que tange a sonoridade. A ambientação sonora, num flerte muito interessante com o doom, se posiciona como um verdadeiro lamaçal delineando os contornos do sujeito. É um ambiente em que sua própria vida surge como algo sufocante, aprisionador, do qual se quer uma fuga impossível. E é desse meio que a voz da Chelsea se ergue como um fio condutor, emanando vida. Não se engane, não há aqui gritos desesperados nem uma intensidade suplicante; não parece, para mim, que ela se reduziria a essas obviedades. Seu canto é muito sereno e apenas em momentos bem específicos se inclina a dar potência por meio de variação de notas. Mas na própria textura de sua voz há alguma coisa de muito expressiva e bela que aquece e dilui uma percepção inicial que a consideraria inexpressiva (à lá Lana Del Rey). Color of Blood, Iron Moon e After The Fall são minhas faixas prediletas, mas é na última que eu encontro o maior toque de frescor, não só dentro desse álbum, mas em toda a discografia da Chelsea. Com um trabalho sonoro que a mim soa como referência a Björk, a música se interpõe, vocalmente e instrumentalmente, como um instante de abertura às possibilidades, em que os contornos parecem se pôr a ruir. Por fim, é um álbum excelente de uma cantora que eu admiro muito, mas diferente do que muitos vêm achado, eu não tenho certeza se é o meu preferido dela.
Eivør – Slør
Fiquei revoltadíssimo por conhecer essa artista através de alguma lista aleatória que encontrei por aí. Eivør nasceu nas Ilhas Faroé (um conjunto de ilhazinhas localizadas entre a Islândia e a Escócia), o que faz do faroês, uma língua descendente do nórdico antigo, a língua materna da cantora – informação que já nos leva àquela coisa do fetichismo pelo “exótico” (ainda mais pra um brasileiro), além de nos remeter ao sotaque peculiar de cantoras como Björk e Jonna Lee, que possuem bastante admiradores por aqui. Enfim, Slør, diferente dos álbuns anteriores da cantora, é todo cantado na sua língua materna e carrega emparelhado uma sonoridade eletrônica moderna com estruturas melódicas que remontam música nórdica tradicional. Mas o álbum encontra sua maior força, sem a menor duvida, em Trøllabundin, uma canção carregada por um tambor e por experimentalismos baseado em técnicas de throat vocal. Não se descarta o resto das músicas – Brotin, Salt, Í Tokuni, Verd Mín são outras maravilhas -, mas Trøllabundin nos oferece uma experiência de encantamento e deslumbramento muito particulares. As performances ao vivo (faça-se um favor, clica e ouça) da cantora são belíssimas e tem a rara potência de me emocionar e esmagar com a força de um passado perdido.
Elza Soares – A Mulher do Fim do Mundo
É intrigante ver uma mulher como Elza se envolvendo em trabalhos realmente ousados a essa altura de sua vida. Longe de mim a subestimar, mas no Brasil ela é uma figura popularmente associada a um samba tanto quanto genérico. Dizer isso, por outro lado, é ignorar um olhar atento sobre sua discografia, onde se encontram trabalhos soberbos como Vivo Feliz e Do Cóccix Até o Pescoço. O que Elza faz em A Mulher do Fim do Mundo tem uma musicalidade provocativa, se servindo a brincar o tempo inteiro com as estruturas de ritmos brasileiros – de uma forma, inclusive, que me remete instantaneamente ao lindo álbum de 2014 da Juçara Marçal, o Encarnado. Isso, aliado ao aparato poético monstruoso super empenhado na realidade social, o que esse álbum evoca é força. Diante da brutalidade de um mundo carrasco, há um gracioso levantar de cabeça seguido de um olhar vigoroso, desafiador. O timbre vocal congestionado, a dicção suja, o estilo do canto em si vibram quando atravessam meus ouvidos. Eu só lamento não ter nenhuma música com a potência das emoções pessoais, porque no canto de Elza coisas desse tipo ganhariam uma força abrasadora.
YAMP KOLT – Chewing
As cores da capa desse álbum fazem jus ao que promete o som. YAMP KOLT é um projeto de música eletrônica do produtor Mai Fujinoya e todas as faixas do álbum contam com a participação de uma vocalista japonesa diferente. Com um trabalho muito especial de flerte com formas tradicionais japonesas, o som se aventura constantemente em outras paragens – tem samba, bossa nova, tem música clássica. Posso estar enganado, mas não acho que seja um álbum misterioso ou que tente ser ambíguo – ele é com certeza cheio de facetas, a multiplicidade sonora e de vozes traz isso em si, mas há um posicionamento sempre muito às claras que mostra sem rodeios seu charme, o que tem de atraente, a que veio. Uma das minhas músicas preferidas é a sexta, com os vocais da Saya (トリック・コリアンダー), em que há alguns experimentalismos com algo que tende à música clássica ocidental. É um registro que lida com maestria com sua multiplicidade de recursos sonoros e cores que produz a partir deles.
The Black Ryder – The Door Behind the Door
O duo australiano que forma o The Black Ryder é descoberta recente, de fim de ano, mas me era realmente impossível não sentir interesse ao ver os gêneros em que costumam enquadrá-los. Ao ouvir o álbum, a impressão é realmente de se estar passeando por uma estrutura que articula experiências de texturas shoegaze e psicodelias muito cuidadosas. Mas essa capacidade do registro de amalgamar diversas influências não parece ser um propósito que se satisfaz em si mesmo. A delicadeza de como se forma esse instrumental parece se servir mais à criação de atmosferas que nos transportam para lugares de aconchego, de tranquilidade. Aliás, fazendo algumas pesquisas sobre uma das minhas faixas preferidas (do ano), Let Me Be Your Light, acabei me esbarrando com um comentário da vocalista, Aimée Nash, em que ela dizia algo do tipo. Num mundo onde se prevalece o sentimento de desespero e desesperança, a música da banda cria uma capsula protetora que nos oferece um momento ínfimo de bem-estar. É uma gentileza.
Young Fathers – White Men Are Black Men Too
Esse é meu álbum de hip-hop preferido do ano. Kendrick Lamar e Death Grips lançaram coisas fantásticas, mas eu meio que saturei um pouco ao longo do ano; Travi$ Scott, Milo, Shamir (cês viram aquele charminho de pessoa?), todos com álbuns fortes e que mereciam sim lugar nessa lista. Mas preterindo por diversidade nas escolhas e pelo fato de eu não ser o cara mais familiarizado do mundo com o gênero em questão, fiquei apenas com os Young Fathers. E sem pesar na consciência. No álbum, a representação assumida pela estrutura do hip-hop me remete a de uma arma, um arpão – a musicalidade parece se subscrever numa intenção de assimilar com violência quaisquer melodias pelas quais transpassa. Naquela coisa foda que é Old Rock n Roll o bandolim constante surge como uma presença forçada, um corpo absurdo, e de tal forma que sua atitude de tocar ali se torna uma negativa da sua própria natureza. É a máxima inversão da clássica relação do branco que assimila o negro da forma como lhe convém. É como nos versos, não é mesmo? “I’m tired of playing the good black / […] / I’m tired of blaming the white man / His indiscretion don’t betray him / A black man can play him / Some white men are black men too / Niggah to them / A gentleman to you“. Aqui, nega-se o Outro de um lado e aceita-o de outro – instala-se o “brilho negro” no branco, e não o contrário, eu diria. Aliás, isso me lembra uns versinhos dos The Mothers of Invention, mas me atinge bem mais forte aqui.
“diferença é justamente o que nos arranca de nós mesmos e nos faz devir outro”
Milton Nascimento & Dudu Lima Trio – Tamarear
Foi por acaso que cheguei a esse álbum do Milton, mas me sinto grato – o registro é fantástico. Eu não conheço profundamente a discografia do cantor, mas tenho impressão que há aqui uma miscelânea de coisas novas em paralelo com resgates e reinterpretações do seu álbum de 1972 em colaboração com o Lô Borges, o Clube da Esquina. O resultado é um frescor, uma brisa – termos nada arbitrários. As delicadíssimas camadas dos instrumentos, os coros e aquela textura vocal do Milton cheia de ternura se diluem entre si num movimento que remonta à maré mansa. As canções, aliás, preterem pela extensão, pela liberdade composicional, do que pela construção tradicional da música pop (verso, refrão, verso, etc.), por isso a necessidade de um humor bem disposto para conseguir usufruir do que o som aqui tem a oferecer.
Sa Ding Ding – The Butterfly Dream
Sa Ding Ding é provavelmente a melhor coisa do pop chinês da atualidade. O trabalho nesse álbum se inscreve basicamente numa tentativa de fazer com que tudo que há de mais contemporâneo na música eletrônica soe inegavelmente à música chinesa. Mas as faixas que mais me conquistaram são as menos pop farofão. A quarta, sétima, oitava e nona faixa (反弹琵琶, 桃花仙, 我闻, 惊蛰) são os exemplos máximos – nelas os contornos do instrumental mostram as estruturas tradicionais da música chinesa dobrando os recursos eletrônicos a favor da sua expressão contemplativa. E são nesses momentos que o trabalho vocal da cantora vem suplantando tudo num arrastão. Há alguma coisa absurda na força e na beleza do que se desenha nos movimentos vocais dela – e que soa estonteantemente novo aos meus ouvidos. Às vezes me lembra a vocalista dos Cocteau Twins (eu inclusive acredito que a Lizzy se inspirava um pouco no canto chinês), mas apenas remotamente no estilo, porque ainda assim há muito que Sa Ding faz que me parece pouco reproduzível.
V V – Glitch
“who live without all the noise / wanna blow it all out /
don’t wanna hear the static energy /
all I wanna do is fly next to you / and fly amongst the glass“
Como o querido pop me massacrou em 2015. V V (antes V V Brown) é um fenômeno tardio na música eletrônica alternativa que veio desde os 17 anos sendo preparada por um estúdio para assumir uma veia bem tradicional do R&B no mercado. Travelling Like The Light, o debut da cantora, é o resultado disso e, bom, para quem gosta do gênero, é um álbum agradável. Mas como já li em diversos lugares, não satisfez em nada as intenções da Vanessa. Eu só tenho a agradecer por esse desconforto. Desde então, o que V V vem produzindo apela pra um conceito eletrônico com alguns experimentalismos, coisa bastante em voga, mas com diferenciais latentes. O forma como ela dá um tipo de inclinação sacra ao seu canto e o dispõe entre fragmentações e linearidades parece criar um jogo de espelhamentos sonoros e ecos. Em músicas como Ultraviolet, Flatline e Lazarus (bem como no seu clipe) remonta-se mesmo um pouco da estética de recortes da pop art, sem necessariamente trazer em si todas as consequências do movimento.
FKA twigs – M3LL155X (EP)
Essa mulher é um dos fenômenos mais fodas do atual mercado musical dos EUA. Quem me conhece sabe que brincar com o pop é passo certo pra que eu volte minha atenção. E FKA twigs faz exatamente isso desde a sua primeira aparição – ela tem uma capacidade incrível de experimentar as possibilidades da música pop, carregando na sua sonoridade (e nos seus movimentos corporais) uma obsessão fremente pela sexualidade. E embora eu ainda tenha minhas duvidas, M3LL155X é provavelmente a melhor representação do seu trabalho. Depois de nos convidar por meio do seus melismas incansáveis a adentrar num universo onírico, aqui os instrumentais ganham um peso mais escuro, é um pesadelo, às vezes se arrastando, que gosta de nos iludir com a ideia de fluidez – mas a característica preponderante aqui é a de vir-e-quebrar. Como nas cenas de pesadelos, cria-se um determinado movimento, uma expectativa, e então rompe-se a sua linearidade. Adoro.
Anna von Hausswolff – The Miraculous
Descoberta tardia (a saber, de iniciozinho de 2016), mas encorajadora – foi a suéca Anna quem fez meu álbum dark preferido do ano. Preterindo à experimentação a se manter fiel aos contornos mais comuns do estilo, esse álbum é uma preciosidade que pretendo ouvir muito ao longo de 2016. Encabeçado por um instrumento peculiaríssimo chamado Acusticum Pipe Organ, que inclusive funciona utilizando-se de partes submergidas n’água, a sonoridade não é um engalfinhamento impensado no desespero e no desconhecido – a música aqui se faz na assombração dos compassos lentos. Em movimentos que várias vezes me remetem a transformações de estados diluídos, liquefeitos e vaporosos, aos sólidos, cria-se uma dimensão etérea que, no vocal de Anna, caminha num flerte constante com a fantasmagoria, mas se instala mais como uma ode ao fantástico, ao surreal, ao que extrapola os contornos da realidade. The Miraculous é uma apologia ao corpo que vibra ao dar alguns passos no caos do próprio ser e retorna rindo, deslumbrado, para seu estado de segurança. E é um belo ritual de magia negra.
Susanne Sundfør – Ten Love Songs
Que álbum poderoso. Há alguma coisa na função letra/composição desse álbum que deixará quaisquer das minhas cogitações e comentários aquém. Entre a preponderância dos ataques furiosos e sensuais do eletrônico e a soberba orquestração, que ora incita à contemplação, à tranquilidade, ora nos instala diante do mistério, do que há de vir, Susanne nos guia por suas dez odes ao amor. Amores tórridos, de delícias, amargos, vingativos – a malha para nos fiarmos infinitamente nesse sentimento está dada. Porque é doce a ilusão e o prazer se arrasta nela, “we thought love could change our names / and free us from our earthly chains”; mas o sentimento de satisfação plena e de completude com o outro é impossível. Nos versinhos maravilhosos e grudentos do single que encabeça o álbum, Fade Away, tem-se o que parece ser a única síntese possível “this is the kind of love that never goes out of style / cause, baby, you know that I always be waiting / and you always want to come back”. Além de músicas como Accelerate, Delirious, Kamikaze, que chamam atenção pela qualidade dos synths pesados e dançantes, eu tenho uma tendência a destacar Memorial como a peça central da obra. A música de 10 minutos é quase como que uma experiência cósmica, se revezando entre uma ambientação fantasmagórica para os lindos vocais apaixonados da cantora e uma composição com ar orquestral (que me lembra muito algum compositor clássico, mas infelizmente sou obsoleto nessa área; se alguém souber, eu agradeceria se me dissesse), guiada basicamente ao piano e por algumas cordas. Enquanto ouço o álbum, muitas outras coisas me vêm, e sinto vontade de falar mais detalhadamente de outras músicas, mas por agora basta. É um disco maravilhoso. Se dê o direito de ouvi-lo com atenção, com cuidado, e então talvez você possa experimentar um pouco do que ele me ofereceu.
Stara Rzeka – Zamknęły się oczy ziemi
No last.fm, “black metal” é a tag mais usada na página do Stara Rzeka. Ou eu não entendo nada do gênero, ou o black metal assume contornos muitos mais abertos do que eu imaginava. A fascinação inicial que tive por esse álbum foi por sua crueza, honestidade?. A melodia aqui se derrama completamente diante do ouvinte – cada camada paralela, cada esfrangalhar instrumental – todo recurso sonoro utilizado soa como um complemento, num continuum eterno. Isso é claro, por exemplo, no deslizar dos dedos sobre as cordas do violão nos momentos de troca de nota – esse som aqui, ao invés de surgir como uma interferência, uma sujeira, flui junto da música, constrói com ela. Esse registro foi uma dadiva que recebi da internet na véspera da virada do ano. É daqueles poucos sons cativantes que te hipnotizam e magnetizam. Me leva ao marejar dos olhos quando cheguo em Melodia. Ouça. Eu não tenho mais o que falar.
Bokutachi no Iru Tokoro – Kono Yo ni Umarete Kita Koto ga Somosomo Machigai Datta kara
Agora são duas da tarde do dia 31 de dezembro e meu corpo arde enquanto termino de escutar a penúltima faixa desse álbum estrondoso…
Animalidade, vinculo massivo com o poder do desejo, verve de ódio e amor (nunca indiferença? ódio à indiferença?), descomprometimento com formas e com quebra de formas, um molejo de invejar brasileiros – esse disco representa um inserir-se conscientemente na realidade com toda a força de que se dispõe. Sem mistérios, a banda se reveste da verve do punk, brinca com movimento e velocidade e se posiciona, instrumental e vocalmente (ah, que vocalista querida…), tão absurdamente cheia de paixão que faz a noção de inércia soar apenas como um pesadelo distante. Essas são imagens meio avulsas que me vêm à mente enquanto as músicas desse álbum fervem no meu ouvido. Entre o que ouvi, é o melhor registro japonês de 2015, mas não duvido que seja efetivamente o melhor.
Björk – Vulnicura
Sem rodeios aqui porque pretendo escrever um texto específico para esse álbum. Quando ele foi lançado lá no início do ano, eu o ouvi, achei belíssimo, mas não fui absorvido na primeira audição como já aconteceu com outros trabalhos da Björk. Mas ao longo de 2015 eu fui completamente magnetizado por Vulnicura. Ele projeta com tanta potência o amor – e a sua dor – como um sintoma corporal, que chega a ser agonizante. Das composições líricas ao instrumental esse álbum se configura, para mim, como uma das maiores representações artísticas dessa coisa tórrida e profundamente física que é a relação de amor entre dois corpos.
Carly Rae Jepsen – E•MO•TION
Emotion. Também são três os passos aqui. E-MO-TION. A língua se encolhe no fundo da boca, em reverência aos lábios que se põem a dançar, e então salta para pairar unida aos dentes. Aprendi com um mestre que há volúpia no desenho dos movimentos da boca – na fala – na língua – na relação – no outro. I found your lips in the street lights / no shop can fill me up now / there’s a little black hollow in my golden cop… Não sinto vontade de descrever características desse álbum, me desculpem. Esse é um trabalho que põe meu corpo em vertigem sempre – sempre – que o ouço. É a porra de um álbum pop para ser cantado com emoção – esse é o melhor comentário que me atrevo a dar. Eu adoro cantá-lo e cada vez que o faço sinto algo me envolvendo e me puxando, algo que me draga para dentro dos próprios sentimentos que ele aborda. É o meu momento de paixão íntima com a noite, meu fascínio pelos rostos de amantes noturnos que vagam a esmo, meu coração diletante e corroído.
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é isso.
Para mim 2015 foi maravilhoso no quesito música. Aprendi muito. Muitos artistas que eu já conhecia me surpreenderam; outros nem tanto, mas conheci muita coisa nova maravilhosa em compensação.
Vou postar também a lista completa dos álbuns de 2015 que ouvi, mais ou menos em ordem de melhor para pior (vou separar por cores, bons, medianos, ruins). Caso tenha algum que você curtiu muito e quer saber se eu o ouvi, veja se ele está aqui (é só usar ctrl + f) e venha conversar sobre, se quiser – eu estou super disposto.
- Everything Everything – Get To Heaven
- Seiko Oomori & The Pink Tokarev – Tokarev
- Kendrick Lamar – To Pimp a Butterfly
- Prurient – Frozen Niagara Falls
- Alabama Shakes – Sound & Color
- Motohiro Hata – Ao no Kokei
- Sufjan Steven – Carrie & Lowell
- Julia Holter – Have You In My Wilderness
- Moddi – Frankestein
- Enya – Dark Sky Island
- Shining – IX Everyone, Everything, Everywhere, Ends
- Donn T – Flight of the Donn T
- Benjamin Clementine – At Least For Now
- Duda Brack – É
- Shamir – Ratchet
- Suiyoubi no Campanella – Zipang
- Lianne La Havas – Blood
- Death Grips – The Powers That B
- Nicole Dollanganger – Natural Born Losers
- Komara – Komara
- Travi$ Scott – Rodeo
- Kinoko Teikoku – Neko to Arerugi
- Marina & The Diamonds – FROOT
- Thundercat – The Beyond / Where the Giants Roam
- Joanna Newsom – Divers
- Kamasi Whashington – The Epic
- Baroness – Purple
- Lebanon Hanover – Besides The Abyss
- THE NOVEMBERS – Elegance
- Orchestre National de Jazz – Europa Berlin
- Ghost B.C. – Meliora
- Milo – So The Flies Don’t Come
- William Basinski – Cascade
- Jenny Hval – Apocalypse, girl
- Kalafina – Far On the Water
- Xiu Xiu – MERZXIU
- The Dear Hunter – Act IV: Rebird In Reprise
- Akitsa – Grands Tyrans
- Panda Bear – Panda Bear Meets The Grim Reaper
- daoko – DAOKO
- HEALTH – DEATH MAGIC
- Sevdaliza – The Suspended Kid
- Lower Dens – Escape from Evil
- Jaloo – #1
- John Grant – Grey Tickles, Black Pressure
- Godspeed You! Black Emperor – Asunder, Sweet and Other Distress
- Instituto – Violar
- Holly Herndon – Platform
- Róisín Murphy – Hairless Toys
- Urbangarde – 昭和九十年
- Youth Lagoon – Savage Hills Ballroom
- Disclosuse – Caracal
- Adele – 25
- Tulipa Ruiz – Dancê
- Emmy Curl – Navia
- Colleen Green – I Want To Grow Up
- Hiatus Kaiyote – Choose Your Weapon
- gorduratrans – repertório infindável de dolorosas piadas
- K-X-P – III, Pt. 1
- Jaakko Eino Kalevi – Jaakko Eino Kalevi
- Cícero – A Praia
- Deafheaven – New Bermuda
- Karina Buhr – Selvática
- Sunn O))) – Kannon
- Johnny Rain – 11
- Melvins – The Bulls & The Bees / Electroretard
- The World Is A Beautiful Place – Harmlessness
- Le1f – Riot Boy
- James Ferraro – Skid Row
- Oneohtrix Point Never – Garden of Delete
- Purity Ring – Another Eternity
- Rolo Tamassi – Grievances
- New Order – Music Complete
- Son Lux – Bones
- Passion Pit – Kindred
- Marriages – Salome
- Halsey – BADLANDS
- Justin Bieber – Purpose
- Filipe Catto – Tomada
- Beach House – Depression Cherry
- Quintet Silsila – Désert du Thar
- Father John Misty – I Love You, Honeybear
- Artrosis – Odi et Amo
- Brandon Flowers – The Desired Effect
- Selofan – Tristesse
- Unknown Mortal Orchestra – Multi-love
- Destroyer – Poison Season
- Omar Souleyman – Bahdeni Nami
- ASIAN KUNG-FU GENERATION – Wonder Future
- Erykah Badu – But You Caint Use My Phone (Mixtape)
- Tracey Thorn – Songs from “The Falling”
- Vince Staples – Summertime ’06
- Børns – Dopamine
- Tame Impala – Currents
- Thunderbitch – Thunderbitch
- Blanck Mass – Dumb Flesh
- Arcade Fire – Reflektor
- CocoRosie – Heartache City
- The Dead Weather – Dodge and Burn
- Merzbow, Mats Gustafsson, Balázs Pándi
- AURORA – Running With The Wolves (EP)
- Florence & The Machine – How Big How Blue How Beautiful
- Sharon Van Etten – I Don’t Want to Let You Down (EP)
- Meghan Traitor – Title
- Beach House – Thank You Lucky Stars
- Muse – Drones
- Willow Smith – ARDIPITHECUS
- Quarto Negro – Amor Violento
- Kelly Clarkson – Piece by Piece
- Dutch Uncles – O Shudder
- Drake – If You’re Reading This It’s Too Late
- IU – CHAT-SHIRE (EP)
- Camila Moreno – Mala Madre
- Eyeliner – Buy Now
- The Weeknd – Beauty Behind The Madness
- Little Simz – A Curious Tale of Trials + Persons
- Deerhunter – Fading Frontier
- Janet Jackson – Unbreakable
- Lana Del Rey – Honeymoon
- Ines Brasil – Make Love OUVE DE NOVO MANO
- ACO – Valentine
- Chá de Gim – Comunhão
- Ane Brun – When I’m Free
- Miguel – Wildheart
- Sara Não Tem Nome – Omega III
- Mount Eerie – Sauna
- Demi Lovato – Confident
- Selena Gomez – Revival
- Johnny Hooker – Eu Vou Fazer uma Macumba Pra Te Amarrar, Maldito!
- Georgia – Georgia
- ESNO – Release
- Heartless Bastards – Restless Ones
- John Foxx – London Overgrown
- The Soft Moon – Deeper
- Bomba Estéreo – Amanecer
- Matt and Kim – New Glow
- Gal Costa – Gal Estratosférica
- Hitomitoi – The Memory Hotel
- Marilyn Manson – The Pale Emperor
- Boredoms – Wow 2
- Peste Noire – La Chaise-Dyable
- Of Monsters and Men – Beneath the Skin
- Melanie Martinez – Cry Baby
- Emicida – Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa
- Merzbow – Mort Aux Vaches: Locomotive Breath
- Twenty One Pilots – Blurryface
- Mick Jenkins – Wave[s]
- Skylar Spence – Prom King
- Roberta Sá – Delírio
- Luxury Elite – World Class
- Pastel Ghost – Abyss
- Vanessa Carlton – Liberman
- toe – Hear You
- CHVRCHES – Every Open Eye
- Mac Demarco – Another One
- Anitta – Bang
- Ellie Golding – Delirium
- Peaches – Rub
- Big Sean – Dark Sky Paradise
- Roseau – Salt
- Galaxie 500 – Flowers
- Clarence Clarity – NO NOW
- Dumbo Gets Mad – Thank You Neil
- Faith No More – Sol Invictus
- Kelela – Hallucinogen
- Wavves & Cloud Nothings – No Life For Me
- Mercury Rev – The Light In You
- Kylesa – Exhausting
- Mamaleek – Via Dolorosa
- Lotic – Agitations
- Tove Styrke – Kiddo
- Panopticon – Autumn Eternal
- Adriano Cintra – Adriano Cintra Is Dead
- Wavves – V
- My Brightest Diamond – I Had Grown Wild
- Plenty – Inochino Katachi
- Nosaj Thing – Fated
- Bleachers – Terrible Thrills, Vol. 2
- A$AP Rocky – AT.LONG.LAST.A$AP
- Farao – Till It’s All Forgotten
- MS MR – How Does It Feels
- Aureole – Spinal Reflex
- Empress Of – Me
- Ibeyi – Ibeyi
- Desaparecidos – Payola
- Madonna – Rebel Heart
- Allie X – CollXtion
- Gavin Turek with Tokimonsta – You’re Invited
- HOMESHAKE – Midnight Snack
- Porcelain Black – Mannequin Factory
- Drake & Future– What A Time To Be Alive
- Rafael Castro – Um Chopp e um Sundae
- Ivy Levan – No Good
- Silva – Júpter
- Troye Sivan – Blue Neighbourhood
- Coldplay – A Head Full Of Dreams
- Anti-Flag – American Spring
- Venetian Snares – Your Face
- Visionist – Safe
- Machine Girl – Gemini
Acho que já falei tudo o que tinha pra falar pelo Facebook, seu vacilão u_u Nem me avisa de nada. Enfim, tá aí uma longa lista de álbuns que preciso ouvir. Ok, ok. Nem todos. Só aqueles que aparecem me agradar. Apesar de eu ter rido quando vi você colocando Faith no More como ruim (não ouvi, não posso dizer nada, mas muitos críticos tão chupando pau pra caramba pra eles), eu concordei sucintamente com você quanto a coisas como Troye. O que vale nele é o clipe hu3 Silva também me decepcionou. E puta merda, Xablê, 200 álbuns. Tu tá fominha mesmo, hein? haha Té mais.
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taí um álbum que eu não lembro nada sobre, o Sol Invictus. o bom de ter separado os bons médios e ruins é que se alguém vier reclamando de algo eu vou ter a oportunidade de escutar o álbum em questão novamente e – talvez – mudar de opinião. mas pra ser sincero, 80% do que tá aí eu cheguei a escutar duas vezes, já pra tentar não cometer a gafe de jogar no lixo coisa que tenha valor.
o Troye e o Silva eu lembro muito bem do quanto não gostei, bem improvável que eu ouça novamente (talvez dê uma chance aos clipes, pq não assisti nenhum)
Obrigadão por aparecer aqui, caiô. =>
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Nada, Xablê :3 O Silva eu gostei bastante do segundo álbum, broxei total com o terceiro.
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não pago pau pra nenhum, mas esse terceiro é definitivamente o pior dele
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Sim adgoiadogi
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Eita, muita coisa da lista do deadgrandma kkk Ele tem um blog e listou algumas coisas que batem com a tua lista… Maron hamada, bokutachi no iru tokoro e sa ding ding eu já conheço, faltar chear o resto. Mas boa lista!
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sim, eu sigo o blog dele e inclusive linko vários dos seus posts aqui (tá tudo na aba Menu, lá no topo). eu tenho muito interesse em música japonesa (e asiática em geral) e ele acabou sendo uma boa referência que encontrei pra me oferecer novas descobertas. Aliás, Bokutachi no Iru Tokoro é mesmo insuperável.
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E ele tem um gosto linear, geralmente gosta de vocalistas que gritam bastante, como a Seiko Oomori por quem ele e absolutamente fanatico (teclado mal configurado aqui). Esse album do kendrick e matador pqp. Suiyoubi no Campanella, kinoku teikoku, otimos tambem, ate comprei o Zipang. Eu geralmente caio mais pra musica asiatica, ando negligenciando a musica do lado de ca. Ainda tenho que ouvir Joanna Newsom e o ultimo do Bowie, andam bombando no sputnik.
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ai, confesso, essas vocalistas desvairadas caem como manjar nos meus ouvidos também. se eu não me seguro, me pego ouvindo até Xtina, crê? eu sou absolutamente apaixonado pelos dois primeiros álbuns dos Kinoko Teikoku, mas o novo deles não me animou tanto… se tem algo novo daqui, do Brasil, que eu recomendaria é Duda Brack (de 2015), Juçara Marçal e Carne Doce (de 2014). ah! se você conhecer alguma banda asiática bacana que acha que vale a pena me recomendar, estou todo ouvidos, hein.
Obrigado por comentar :>
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AI MEU DEUS EU TAVA NO PERFIL DA NANO NO LASTFM E VI SEU COMENTÁRIO E VIM LER SOBRE O QUE VOCÊ ESCREVEU
eu tô muito feliz? porque eu também sinto que a nano tem potencial de crescer tanto quanto a seiko e a jun, eu quero muito um feat da seiko com a nano seria ótimo?
EU TÔ TÃO FELIZ POR TER ENCONTRADO UM BRASILEIRO QUE GOSTE DA NANO E DA SEIKO E DA JUN TOGAWA E
(perdoa meu capslock eu só tô muito feliz)
como se despede desses negócios de blog???
xau beijinhos!! obrigado por falar sobre a nano pessoinha iluminada <3
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